terça-feira, 10 de setembro de 2013

De volta às cinzas

Aonde nos leva a matéria sem alma ? Sem sorriso ? Sem voz ? Sem carinho ? Sem colo ? Onde ficam os anéis ? Os sapatos ? Os carros ? A casa de praia ? O poder ? O dolo ? Sabemos bem as respostas, mas não sabemos por quê. Entendemos bem a importância das coisas mas não aceitamos sua insignificância diante do momento em que elas viram pó. A partilha resolve em alguns casos muitos problemas. Muitas vezes se tornam o problema. Às vezes revelam problemas. Na maioria das vezes o problema é que não há o que partilhar. Principalmente aquilo que não se vê. Percebe-se nas lágrimas mas não se sente na pele. Isso não se divide. Não se calcula. É como o pó. Pode ser aspirado aparentemente, mas nunca o todo. Pode ser molhado, mas também pode se tornar lama. Pode ser visto, sentido, cheirado, até comido, mas não se saberá a cor, a textura, o cheiro, e, muito menos o sabor. Esse gosto amargo de fel não é do pó, é apenas a descoberta de que tudo se acaba em cinzas, lembranças, saudades e dor.

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